
Tolos há que digam que
apenas de toda a razão
se mensura o bom saber.
Digo-vos que enganados estão.
Pobres infelizes,
sobre os quais caiu-lhes o toldo
duma pseudo-verdade,
donde só podem enxergar que,
do frio calculismo constante
e permanente de vossas ações
e da astúcia das palavras
que saem de vossas bocas,
é que se obtém a admiração.
Erroneamente,
penseis que deveras
sábio e feliz é
o homem cujo todo o tempo caminha
sobre os traços da implacável razão,
rígido e infalível.
Oras,
não sabeis que,
a verdadeira sapiência
se mede duma maleável razão
enomorada de toda a emoção
que brota do ser?
Não sabeis ainda que,
a falha,
quando não provém do caráter,
também coroa o mais alto saber
e não açoita nem crucifica os que sempre lutam
com honradez e afinco
pela correção?
E a ti, olha e vê, pois, então.
Não sê como tais tolos.
Não sabes que,
meu coração fala a língua de todos os povos
quando pronuncia o vosso nome,
tamanha é a vontade arrebatadora
de dizer ao mundo inteiro
o quanto te tenho amor?
E que,
mesmo possuindo eu,
todo o conhecimento da bússola,
de todos os mapas e terras,
dos poderosos reinos e grandiosos países,
das imponentes cidades e adoráveis vilarejos
erguidos sobre a face da Terra,
o único caminho do qual anseiam meus pés
é aquele cujo me leva
ao vosso coração?
Ora,
não sabes que,
toda a impecável gramática
e sintaxe que exponho
nos melhores escritos e ditos meus
são nada,
quando me pego a revelar-te
sentimentos mil
em poemas e canções
inspiradas na luz dos olhos teus?
E que, todas as noites,
sob o olhar atento da lua,
conjugo verbos com perfeição,
declamando frases de bem querer
em tua homenagem,
esperando que o vento
leve minhas palavras aos teus ouvidos,
enquanto suspiro
da janela do quarto meu?
Acredita, pois,
nesse saber tão profundo e legítimo,
o qual jamais se perde ou apaga.
Como podes duvidar
dessa razão que me forma,
que domina meu intelecto
e torna-me quem sou,
se é ela quem me aproxima de ti,
e te faz parte de mim?
Não sabes, amado meu,
que mesmo alçando os mais altos vôos
nos ares do entendimento,
estendo as asas minhas
a planar por correntes
que levem meu ser
a evoluir a cada dia,
não apenas em favor
e amor de mim mesma,
mas para atrair a vossa admiração?
E que tudo quanto faço,
logo penso
em como os olhos teus veriam tal feito,
se irias reprovar,
mesmo que reprovável não seja aos olhos meus
ou, se terias gosto
por certos atos e escolhas minhas,
e que pairando sobre mim
qualquer dúvida
a cerca da tua aprovação,
então censuro-me,
tamanho o desejo de agradar-te
tão somente?
Como podes não saber que,
não há balança que pese
o carinho que te dedico,
toda a paciência,
compreensão
e respeito para contigo,
e a vontade de manter-me
perfeita ao teu querer?
E que se,
vez ou outra,
cometo tolices e pequenas falhas,
decepcionando a quem
muito quero bem
junto a mim,
preocupe-me,
não somente em corrigi-las
e lançá-las ao mar do esquecimento,
mas antes
procuro lembrar-te de que
tais erros também contribuem
para o crescimento meu
e do sentimento nosso.
Entende,
duma vez por todas que,
toda a inteligência
da qual usufruo,
hoje de nada me valeria,
se ela não me tivesse feito
conhecer o amor.
Eis o verdadeiro saber.
E isso, a todos vos digo,
para que não ameis a razão
sem aplicá-la à emoção,
equivocando-vos a si mesmos,
como fazem os tolos
que jamais se arriscam
nas veredas do verdadeiro saber.
Pois, sejais corretos,
amai-vos muito
e sábios sereis.
E quando agireis erroneamente,
amai-vos ainda mais
e mais sabedoria demonstrareis.
* by Jackeline Campos *
Oie eu sempre leio o seu blog suahsushushas
ResponderExcluirqueria te convidar p me seguir vou lança um livro este Mês o nome e pétalas de sangue.........bjos
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